sexta-feira, outubro 05, 2007

Sony Lança a primeira televisao com tecnologia OLED

A Sony tornou-se a primeira empresa a comercializar televisores de ecrã plano orgânico electroluminiscente (OLED).

OLED, abreviatura de Organic Light-Emitting Diode, é uma tecnologia criada pela Kodak em 1980 que permite produzir ecrãs planos muito mais finos, leves e baratos do que os LCD.
Servindo-se de diodos orgânicos, compostos por moléculas de carbono que emitem luz ao receberem uma carga eléctrica, o ecrã auto-luminoso, muito contrastado, oferece uma vasta paleta de nuances.

Numa era em que cada vez mais o consumidor tenta reproduzir as telas de cinema em sua casa, o resultado é visível: actualmente ao chegarmos a casa de amigos verificamos muitas vezes que o objecto de maior destaque numa sala se tornou o grande ecrã de televisão.

Estamos pois numa sociedade onde, segundo os especialistas, em 2012 as televisões se tornarão nos principais aparelhos consumidores de energia das habitações médias, superando os frigoríficos.

A vantagem destes novos ecrãs, é que ao contrário dos diodos tradicionais, as moléculas orgânicas podem ser directamente aplicadas sobre a superfície da tela, usando um método de impressão.

Uma das principais características da tela orgânica é que ela possui luz própria. Com isto não necessita de luz de fundo ou luz lateral, (backlight ou sidelight) e ocupa menos espaço, dois factores que tornam a tecnologia muito interessante para uso em televisões e aparelhos móveis.

Outra importante característica é que por emitir luz própria cada OLED quando não polarizado torna-se obscuro obtendo-se assim o "preto real", diferentemente do que ocorre com LCDs que não conseguem obstruir completamente a luz de fundo e ainda neste caso não há consumo de energia para a modulação de luz de fundo.

Além destas vantagens as telas OLED possuem baixos tempos de resposta (uma das principais desvantagens do LCD), podem ser visualizadas de diversos ângulos (180º), têm contraste muito melhor (de 1000:1 contra 100:1 das telas LCD no escuro), suportam melhor o calor e o frio, além de poderem ser produzidas de forma mais simplificada e usando menos materiais do que os LCDs.

A vida útil, definida como o tempo após o qual um pixel perde metade do seu brilho, foi sempre o principal problema dos OLEDs.
Os materiais orgânicos activos presentes nos subpixels não envelhecem com a mesma velocidade, resultando em distorção das cores com o decorrer do tempo. Mais importante, os subpixels azuis envelhecem muito rapidamente.

Os displays OLED comerciais são normalmente classificados para 10.000-15.000 hs (dependendo do brilho). Isto seria suficiente para um telefone móvel, cuja vida útil prevista é de 2 anos, mas não para um televisor ou monitor. Um LCD, por outro lado, alcança facilmente 50.000 horas de vida útil. É aqui aqui que a SONY sai vitoriosa ao anunciar a comercialização dos seus novos televisores, por enquanto apenas disponíveis para um máximo de 11 polegadas.

A marca consegue assim lançar uma TV com uma espessura inédita de 3 mm (tão fina como uma moeda!!), que pode consumir até menos 40% de energia que os LCDs normais e devido ás suas dimensões, diminuirá também os impactes no ambiente, quer pelo transporte, quer pela menor quantidade de materiais utilizados em cada aparelho, segundo a mesma.

Estes novos televisores avizinham-se como grandes competidores dos monitores de cristal liquido (LCD), mais pesados e de maior consumo energético.

No entanto apenas o tempo nos trará mais sobre a eficiência desta tecnologia. Algumas vozes discordam, referindo que ainda existem factores a estudar nesta tecnologia que podem comprometer a eficiência destes aparelhos.

Observadores do sector dizem que vai demorar alguns anos para que surja um vencedor claro entre os novos formatos, capaz de derrotar o LCD.

Torna-se também importante estudar formas de diminuir os custos de produção destes televisores, que são ainda um pouco elevados, mas não muito, quando em comparação com os preços de lançamento dos LCDs. Também neste ponto esta tecnologia se mostra promissora ao implicar custos relativamente baixos para a sua produção. A nova televisão custará perto de 1200 €, um preço elevado para um televisor relativamente pequeno.

No entanto avizinha-se em breve concorrência para os novos aparelhos, com a Kodak e a Samsung a liderar a corrida, seguidas de perto por outras grandes empresas do mercado.

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